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sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Não é melhor. Simplesmente existe.

Ouço uma guitarra que não toca,
Aprecio uma voz que não soa,
Limito-me à velocidade dilacerante do pensamento,
Limito-me ao descontrolo do batimento cardíaco...
Absorto, prendo-me ao imaginário,
Liberto-me e durmo, sonhando acordado, sorrio para ninguém...
Um ninguém que conforta,
Que liberta e nos prende a isto um pouco mais.
Continuei sentado, no mesmo local onde não existe horizontalidade,
Onde o chão é céu e o céu se apaga.
Continuei aqui,
Porque aqui me sinto como não me sinto em qualquer outro lado.
Não é melhor, simplesmente existe.
Talvez um dia tudo recomece como se nada existisse para trás.
Alimento-me de ar e sonhos,
Um ar irrespirável,
Sonhos jamais sonháveis.
Não alegra mas alimenta...
Talvez um dia a guitarra soe
E a música se escute numa simbiose perfeita onde o que existe, existe
E o imaginário se reencontra
E se funde num misto de realidade e dor.
Talvez um dia o céu reapareça
E o chão enrijeça perante a abruptidade dos medos.
Talvez um dia.
Foto: Promessas junto ao mar - Paulo A. (www.olhares.aeiou.pt)

5 comentários:

Unknown disse...

Muito bem. Estás lançado.

E escreves muito bem.
Visita: www.luso-poemas.net
Parabéns.

Anónimo disse...

Está muito bom ! bons textos '

Parabéns ! (:

Fatima disse...

O "eco" dos meus acordes chegaram até aqui.
Fiquei encantada com o teu poema!... Claro que sabes por cá para fora em palavras tudo o que te vai no pensamento...
Expresso desde já a minha admiração por este teu pensar...

Parabéns...BJo

Fatima (lua)

Anónimo disse...

simplesmente fantástico... fico sem palavras ao ler estas... amei!!

Enfim... disse...

este foi mesmo sentido :P gostei, tens jeito para isto ehehehe

beijinhos