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terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Sorrir Natal

Porque ainda há quem creia
Que os sorrisos pequenos, (como aqueles que os amigos do Diário da África nos mostram)
Contagiam olhares maiores,
Este blog deseja a todos
Um Santo e Feliz Natal.



Estamos em crise, e o dinheiro escasseia.


Talvez os afectos surjam e apaguem a sede fútil de sorrir em conformidade com a economia.


Foto: Uma Foto Dois Sorrisos - Diário da África (diariodaafrica.blogspot.com)

sábado, 13 de dezembro de 2008

Fatídico isto. Ainda assim, Amo-te.

Num sopro de vento senti-te um beijo
Rodopiei em passos de gigante,
Errante desmedida embriaguez.
Sente-me o aperto em sobejo
Respiro latente, ofegante,
Ausente, sentida lucidez.
Eu corro, tu foges,
Eu grito, a ti, em surdina.
Eu rastejo, tu trepas muros.
Alcanço-te fugaz
Efémero, incapaz de te deter.
Prometo nunca mais
Mas recuo

E volto a sofrer.

Fatídico o Amor

Foto: S/T - Ana Rita Rodrigues (www.olhares.aeiou.pt)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Desculpa a ausência, mas precisava olhar para mim.

Abri o espelho

(Precisava olhar para mim)
Procurei rumores,
Sabores vários
Outros, que não estes.
Saqueei apertos
Despertos, banais.
Renasci das cinzas
Cores reais.
Sepultei a semente
E brotei eu mesmo
Sorri, como nunca.
Colori o olhar
Porque com cores
Tudo ganha vida
E ganhou.
Estou vivo.
(outra vez)

Uma palavra de apreço a ti, pela espera.


Foto: Poesia no Olhar - Ivone Peoples - Euroafricana (www.olhares.aeiou.pt)

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Um beijo num olhar.

Temos laços comuns
Passos dados em bruto
Sentidos perdidos
Algures.
O tempo sugou-te
Apagou a história
Procurou-te
No lugar errado.
Esperei imerso
Em rasgos de dor
Num sorriso invertido
Sem sabor a ti.
Perdi, mas venci os medos
São segredos que guardo.
Um dia dir-te-ei
Por que te guardei(.)
Um beijo.

Foto: O Tempo passa, o Amor não - Ana Rita Rodrigues (www.olhares.aeiou.pt)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Isento de mim

Fiz do papel marco da história
Fiz da lembrança forma de vida
Da retórica fiz-me ausente
Presente à saída.
Da memória,
De mim, de ti, de mais alguém,
De tudo o que detém o pensamento,

Refuto a dolência, rejeito o lamento.
Ateio um cigarro e do fumo faço escrita.
Esvai-se em latidos, remorso contido, isento.
Grito, galgo o desalento.
Eu aguento, isso e mais
Não me desfaz, somos iguais,
Invertidos, banais,
Indigentes, tanto faz.


Reescreveremos a história. Prometo.

Pungente esta gente que chora
A demora do adeus.



Foto: Chaga - Neurotic Vision (www.olhares.aeiou.pt)

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

UM olhar feliz, apenas um.

Beijei-te o olhar
E guardei os sorrisos.
Somos um, apenas um,
Em volúpia de vento e mar.
Entranhamo-nos, estranhamente
E choramos a sorrir.
Procura-me, sempre,
Sou eu, ou outro (já dizia o outro, o tal que era outro ainda)
Mas tu reconheces-me
De entre os demais.
Recorda os momentos,
Refende os carpidos,
Sonega os lamentos,
Perdidos, em brumas de choro
Porque moro aqui,
Onde lateja,
O que sobeja do olhar.

Foto: Sombras da união - Caco Alves (www.olhares.aeiou.pt)

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Este ou outro. Tanto faz.

Apenas um pensamento:
Somos sempre outros.
Na verdade somos uns,
Queremos ser outros,
E dizemo-nos outros ainda.
Nunca somos quem somos,
Estranho, fôssemos outros,
Quereríamos ser estes.
Porque estes seriam outros,
E os outros, estes,
seriam inferiores aos outros.

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Um dia quero ser outro
E contentar-me com este
E não
outro.
Porque este é outro e por aí.
Hesito. (Às tantas já não sei qual sou)

Temos caras paralelas,
Embriagantes em sentido.
Sugamo-lhes a alma que não têm,
Limitamo-nos à troca
Que reconstruir não é condição.
Sufragamos, sorrimos ao ridículo
Somos parcos, morremos.
Fôssemos outros...
Tanto faz,
Morreríamos na mesma.




Foto: Máscara - João Oliveira (www.olhares.aeiou.pt)